segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

meio ambiente

meio ambiente e sustentabilidade
    As graves alterações climáticas, as crises no fornecimento de água devido a falta de chuva e da destruição dos mananciais e a constatação clara e cristalina de que, se não fizermos nada para mudar, o planeta será alterado de tal forma que a vida como a conhecemos deixará de existir.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Áreas com risco de desertificação terão sistema de alerta em 2011


Flavia Bernardes


O Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) prometem colocar em operação, no próximo ano, um Sistema de Alerta Precoce de Secas e Desertificação (SAP). O sistema, além de combater precocemente os sinais da seca, deverá também agir no enfrentamento de fenômenos climáticos extremos, como enchentes.
A idéia, conforme informa o MMA, é criar um instrumento que possa avançar na produção de conhecimentos sobre os diversos aspectos da desertificação no País que auxilie e fortaleça a agenda de enfrentamento ao problema nas áreas de risco do País.
Se feita com sucesso, a medida poderá, por exemplo, evitar que áreas de nove estados do Nordeste e os estados de Minas Gerais e Espírito Santo virem semidesertos até 2025, conforme previsto na Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, realizado na Paraíba, em 2009.
Na ocasião, a informação era de que na Paraíba já havia se iniciado este processo e  70% do semi-árido, onde está concentrada a maior parte de terras desmatadas e com intenso uso do solo, já se encontrariam em processo de mudança para a classe semi-deserto.
Se o processo não for revertido no Espírito Santo,  por exemplo, a estimativa é que 36 milhões de pessoas sofram com o aumento da pobreza, a migração, diminuição produtiva e outros fatores.
No Espírito Santo, estão sob risco os municípios de Nova Venécia, Pinheiros e Águia Branca, Baixo Guandu, Colatina, Linhares, Marilândia, Rio Bananal, São Domingos do Norte, Pancas, Sooretama, Alto Rio Novo, São Gabriel da Palha, Vila Valério, Mantenópolis, Barra de São Francisco, Vila Pavão, Água Doce do Norte,  Boa Esperança, Pinheiros, Ecoporanga, Ponto Belo, Montanha, Mucurici e Pedro Canário.
A degradação na maior parte destas regiões começou em meados do século passado, com a destruição da mata para exploração de madeira, principalmente jacarandá e peroba. Depois disso veio o ciclo do café. Os cafezais foram substituídos por pastos, quase sempre improdutivos. O último ciclo da devastação, que é o atual, é da exploração do granito e do mármore.
E, embora não incluídos na listagem do MMA, os municípios de São Mateus, Aracruz e Conceição da Barra também têm áreas desertificadas – o chamado deserto verde – composto pelos plantios de eucalipto da ex-Aracruz Celulose (Fibria). Há, ainda, áreas desertificadas também em Rio Novo do Sul (próximas à BR) e Cachoeiro do Itapemirim (em direção a Presidente Kennedy).
Ao todo, o  Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) reconhece a existência de cerca de 600 mil hectares de terras degradadas no Estado. Muitas destas áreas estão em franco processo de desertificação: a vegetação está degradada e o solo, destruído.
Os estados brasileiros mais afetados e mais sujeitos à desertificação de suas terras são do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo. As áreas do País suscetíveis à desertificação e que se enquadram na Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação ocupam uma área total de 980.711,58 km2, o que representa 11,5 % do território nacional.
Um estudo foi iniciado no Estado para identificar as áreas de desertificação e as causas da destruição nos municípios capixabas, mas desde o anúncio do início dos estudos em 2004 nada foi divulgado.
Segundo especialistas, nas áreas desertificadas, o modelo predatório de exploração foram estimulados pelo poder público. Tal lógica, entretanto, afirmam eles, precisa ser invertida para que seja dado maior apoio às mudanças no modelo produtivo, dando ênfase à sustentabilidade.